terça-feira, 21 de junho de 2016

Queria ouvir só coisas boas

Impressionante que o tempo vai passando e minha bipolaridade se confirmando.
No post anterior estava ansiosa pela consulta e comentei que tomaria a medicação necessária para a recuperação, sem hesitar.
Muito pacientemente a doutora me falou sobre a nova medicação que queria prescrever, eu pensei muito e pedi para ela para esperarmos para a próxima consulta e avaliar a necessidade.
Já me arrependi. Ela classificou o meu quadro como depressivo e eu sinto que a cada dia os sintomas se agravam. Mas estou tentando não ficar parada e ceder ao sono. Vou fazer o possível para, pelo menos, não piorar até a próxima consulta.
É a tristeza, o choro sem motivo, o sono em demasia, a falta de expectativa, a baixa autoestima e principalmente, a falta de energia.
Sei que isso se deve a um desequilíbrio a nível psiquiátrico, que a doutora está fazendo o possível para acertar a medicação, assim como também estou fazendo minha parte.
Mas as palavras tem o poder de ferir ou curar. Sempre dei muita importância as palavras. Também para as atitudes. Mas as palavras me tocam mais. Elas ficam "latejando" na minha cabeça, vem e voltam, penetram lá no meu interior e podem fazer bem ou mal.
Quando uma pessoa está de luto, depressiva, perdeu emprego, se divorciou, enfim; acontecimentos tristes e marcantes, o que ela precisa são palavras ou gestos singelos, breves ou um abraço no silêncio.
Estou sangrando por dentro. Mas não é o sangue que corre nas veias. É o sangue do machucado, da ferida que está aberta e não cicatriza. Talvez o tempo vai cicatrizar, mas não gosto muito dessas lamentações que dizem que o tempo cura tudo. Acho que não. O tempo ameniza, mas a cura tem que vir de dentro.

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