sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

EU SOU BIPOLAR



Esse foi um ano de conhecimento do Transtorno Bipolar, hoje consigo identificar os sintomas de cada fase, entendo que cada uma exige um comportamento adequado que leva a superar os sintomas ou pelo menos, amenizar.

Aceito minha realidade como portadora do Transtorno Bipolar e procuro viver um dia de cada vez, compreendendo que a negação me faz retroceder.

Ainda tenho muitas dúvidas, mas hoje não tenho mais vergonha de questionar e expor meus sintomas. 

A aposentadoria foi extremamente benéfica e me fez perceber que devemos nos cuidar de forma integral, e que há outras maneiras de viver, minha profissão não define minha vida.

Conclui meu pós graduação. realizei muitas leituras e estou iniciando a escrita do meu relato pessoal, que pretensiosamente poderá originar um livro. 

quinta-feira, 13 de julho de 2017



Ponto e vírgula.


Decidi continuar o texto.


Pelo menos por enquanto.


O Project Semicolon (Ponto e Vírgula), nasceu em 2013 nas redes sociais. O Movimento Americano quer trazer amor e esperança para quem tem tendências suicidas, depressivas ou a automutilação.
Mas por que um ponto e vírgula?
O ponto e vírgula é usado quando um autor poderia ter escolhido terminar uma frase, mas optou por não fazer, ele continua. O autor é você, e a sentença é a sua vida, diz Amy Bleuel, criadora do projeto.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

PSICÓTICA

Tudo desorganizado.
Tumulto emocional.
Tudo é demais e parece de menos, porque ainda dá para fazer mais e mais. E  sempre mais, falta tempo, Sobram ideias e disposição.
As coisas parecem tão fáceis. Nada me abala. Posso fazer o que eu quiser, tenho ânimo, tenho planos, tenho talento. Sou capaz de receber amigos, frequentar festas, arrumar tudo, escrever sobre várias coisas, ler livros. Até terminei meu TCC, que estava empacado.
Mas porque tudo isso tem um preço tão alto?
As noites estavam agitadas, dormia pouco. De repente, acordei vendo teias e aranhas se aproximando, ficando cada vez maiores, não adianta fechar os olhos. E os dias foram passando e elas foram crescendo, com olhos enormes, os objetos do quarto também criaram outras formas, algumas coisas ficaram desfiguradas. Outras coisas se mexiam e estavam embaralhadas. Elas foram aumentando, o conteúdo ficou aterrorizante, cabelos vinham em minha direção, seguido dos olhos, e depois tudo fragmentado, pedaços de corpo, mas desordenados. Flashes de luz, pontos pretos, minha visão periférica ficou cheia de vultos.  Tive muita ansiedade, talvez até crise de ansiedade. Ficava nervosa só de pensar. Pensar também está difícil, não consigo concluir uma ideia, formar um pensamento. E quando eles se confundem? Será que estou pensando ou estou ouvindo? Não estou convencida de que estou ouvindo, acho que os pensamentos se perdem, podem se juntar com nossa voz interior e pode até ser perigoso.
Isso tudo iniciou há três semanas, está passando aos poucos.  A medicação está agindo, já estou mais calma e as alucinações estão passando. Muito ruim saber que está alucinando. Quando falei para médica, esperava que fosse agitação, perturbação, o que não deixa de ser.
Tenho medo de perder o controle da situação. Quem vai me tirar do meu mundo? Quem vai saber onde estou?
E já  sei. A tendência agora é deprimir. Tira remédio, coloca remédio. Não sei até quando vou suportar. Aquela tendência suicida sempre volta quando caio na real.




imagina...


sexta-feira, 9 de junho de 2017




APOSENTADA!

Não aceitei e depois aceitei.

Talvez agora eu consiga voar,  visualizar coisas novas, me desprender . Estava sempre pensando que poderia voltar e não me dava a liberdade de pensar no que realmente quero.

Esse é o reflexo de uma grande mudança em todas as áreas da minha vida, que vieram a partir de uma depressão severa.

Daqui algum tempo vou saber se foi bom. O que sei hoje é que no momento, essa foi a melhor decisão.

domingo, 16 de abril de 2017

Porque acordei hoje???






Luciana


Ano passado ganhei uma gata, já tinha dois cachorros.
Na minha infância tive gatos e agora, depois de tantos anos, estou relembrando a relação honesta que os felinos tem com os humanos. Eles são extremamente sinceros, demonstram o sentimento real, não fazem nada contra a vontade, se te procuram é porque estão a fim. Não são sociáveis e se identificam com uma pessoa, aquela que demonstram maior afinidade. São místicos, misteriosos, alongam todos os dias seus corpos, tem ótimos hábitos de higiene, dormem bem e se alimentam bem.
Minha gata não é carinhosa e não gosta de colo, mas me transmite uma forma diferente de amar.
Enfim, os animais são melhores que muitos humanos. São puros, desinteressados, sinceros. Adoro a Luciana Gisele. Com exceção de dormir bem, me alimentar bem e alongar diariamente, acho que sou uma felina.

sábado, 15 de abril de 2017

Encontros e Despedidas ( Maria Rita )


Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço, venha me apertar
Tô chegando
Coisa que gosto é poder partir
Sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar
Quando quero


Todos os dias é um vai e vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca ais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar


E assim chegar e partir
São só dois lados
Da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem de partida
A hora do encontro
É também despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida...


É a vida desse meu lugar
É a vida...







domingo, 5 de março de 2017

CUTTING










 Minhas crises tem sido mais espaçadas, porém mais intensas. Ainda não entendo muito bem o que acontece, e fico pensando na dificuldade das  pessoas que convivem comigo tem para compreender.

Estas últimas semanas, o que predominou foi intolerância, seguida de muita raiva. Sim, raiva. Não das outras pessoas, mas de mim mesma, por não saber lidar com essa explosão de sentimentos, com a imprevisibilidade, com a angústia, com a ansiedade. Já estava irritada há dias e depois de uma discussão, estourei. Precisei ficar trancada sozinha, não queria ver e nem ouvir ninguém. Precisava de tempo. queria acabar com tudo. A dor é muito forte. A dor emocional é muito maior que a física, e eu já tive dois partos. Queima por dentro, vem os pensamentos impulsivos, negativos, a dúvida, os questionamentos, a cabeça não para, tudo se mistura e você fica sem respostas. Então bate o desespero, a desesperança e a vontade de sumir do nada.

Diante disso, ouvi coisas que nunca esperava, mas me colocando no lugar , acho também que seria muito difícil se tivesse que entender algo tão subjetivo.

Penso que o paciente deve perseverar na terapia, mas os familiares também deveriam fazer, eles precisam entender melhor o que se passa para nos ajudar, assim como também devem ter muitas coisas para tratar, como todo ser humano.

Ainda fico pensando o que pode desencadear as crises, dessa vez sei que foi a diminuição do lítio, feito por conta própria, seguida de assunto tratado na terapia, muito difícil para mim.

Precisei recorrer a minha psiquiatra, pois entendi que diante desta situação, precisava de algum ajuste na medicação para me ajudar a superar. Antes eu era mais resistente, achava que poderia resolver sozinha, esperava a próxima consulta, e aí ficava muito pior.

Ainda preciso de tempo, mas acho que estou no caminho da compreensão do que acontece comigo.

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Vazio

Todos passam por mim, eu não vejo e não sinto. Tenho um vazio existencial desde sempre, as vezes piora, quando chego a conclusão de que não tenho nada a fazer.
Tenho momentos bons, me sinto bem, mas não consigo agradecer pela minha vida. Eu existo e não vivo.
Achei que tivesse superado o pior da minha infância, mas as coisas voltam mais intensas se não conseguirmos encarar elas.
Estou triste. Briguei com pessoas que amo, não estou conseguindo me esforçar para agradar aqueles que amo. Sei que não devo viver para agradar, mas já que não gosto da minha vida, pelo menos devo fazer bem para quem eu amo.
E nesses momentos tudo é difícil, é um fardo, eu sou um fardo. Eu não consigo me carregar. Eu não gosto de conviver. Eu gosto de coisas simples, mas que não causem grandes modificações na minha rotina.
Consigo identificar que estou em crise, não peço compreensão, mas paciência. Não é fácil para quem convive, mas também não é fácil para mim.