Tudo desorganizado.
Tumulto emocional.
Tudo é demais e parece de menos, porque ainda dá para fazer mais e mais. E sempre mais, falta tempo, Sobram ideias e disposição.
As coisas parecem tão fáceis. Nada me abala. Posso fazer o que eu quiser, tenho ânimo, tenho planos, tenho talento. Sou capaz de receber amigos, frequentar festas, arrumar tudo, escrever sobre várias coisas, ler livros. Até terminei meu TCC, que estava empacado.
Mas porque tudo isso tem um preço tão alto?
As noites estavam agitadas, dormia pouco. De repente, acordei vendo teias e aranhas se aproximando, ficando cada vez maiores, não adianta fechar os olhos. E os dias foram passando e elas foram crescendo, com olhos enormes, os objetos do quarto também criaram outras formas, algumas coisas ficaram desfiguradas. Outras coisas se mexiam e estavam embaralhadas. Elas foram aumentando, o conteúdo ficou aterrorizante, cabelos vinham em minha direção, seguido dos olhos, e depois tudo fragmentado, pedaços de corpo, mas desordenados. Flashes de luz, pontos pretos, minha visão periférica ficou cheia de vultos. Tive muita ansiedade, talvez até crise de ansiedade. Ficava nervosa só de pensar. Pensar também está difícil, não consigo concluir uma ideia, formar um pensamento. E quando eles se confundem? Será que estou pensando ou estou ouvindo? Não estou convencida de que estou ouvindo, acho que os pensamentos se perdem, podem se juntar com nossa voz interior e pode até ser perigoso.
Isso tudo iniciou há três semanas, está passando aos poucos. A medicação está agindo, já estou mais calma e as alucinações estão passando. Muito ruim saber que está alucinando. Quando falei para médica, esperava que fosse agitação, perturbação, o que não deixa de ser.
Tenho medo de perder o controle da situação. Quem vai me tirar do meu mundo? Quem vai saber onde estou?
E já sei. A tendência agora é deprimir. Tira remédio, coloca remédio. Não sei até quando vou suportar. Aquela tendência suicida sempre volta quando caio na real.
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