quarta-feira, 23 de março de 2016

Arrependimento x bipolaridade???

Hoje assistindo ao programa da Fátima Bernardes, acompanhei um tema que me despertou curiosidade. As pessoas da plateia receberam algumas placas e deveriam escrever nelas o que elas se arrependem. Tiveram várias respostas inusitadas, como "de ter ido ao cemitério", "de ter feito uma tatuagem", "quem tem que se arrepender é meu ex" e outras mais emotivas, que não me chamaram atenção.
A pergunta é: "do que você se arrepende?". Em um primeiro momento, algumas pessoas, que se acham detentoras da experiência da vida (me desculpe, mas essa é minha opinião), irão responder que não se arrependem de nada.
Eu posso afirmar que me arrependo de várias coisas, que seria cansativo enumerar, umas mais intensas que as outras. Mas a resposta que me veio a cabeça, de imediato, foi: "eu me arrependo de não ter falado".
Já comentei em outro post que prefiro ouvir. Isso não mudou. Mas hoje eu reflito sobre a necessidade de falar mais, dar minha opinião, dizer naaaaaaao!!!! Não gosto, não quero.
E a bipolaridade?? Sim, pode ser genética. Sim, pode se manifestar em um momento de maior vulnerabilidade, baixa auto estima, fragilidade com tudo, dor. Eu passei anos "baixando a cabeça", preferindo evitar o cansaço físico e mental. E quando passei pelo momento mais difícil da minha vida, que foi a perda da minha mãe, a depressão resolveu se apresentar. Não dei as boas vindas, resisti ao tratamento de imediato, as coisas foram piorando, os sintomas foram se intensificando, não tratei com seriedade os sintomas e o tratamento, até que cheguei ao extremo: psicótica-depressiva-maníaca-suicida. Bipolar.
Então, onde quero chegar. O fato de eu não ter expressado minhas emoções, meus sentimentos, propiciou o desenvolvimento do transtorno. Essa é só minha opinião reflexiva. Assim como o câncer, que pode estar inerte, e no momento de baixa imunidade, de grande estresse, ele vem à tona.
Mas estou muito satisfeita, porque percebo melhoras, um crescimento lento e gradual, uma mudança positiva, que está me direcionando a novos caminnhos e novas perspectivas. Vale ressaltar que o apoio da terapeuta e da psiquiatra foram fundamentais nessa decisão.
Porque é disso que precisamos na vida: objetivos. Preciso ter mais. Estou gostando.









2 comentários:

  1. Acho que chegaste ao cerne da questão: guardar, guardar, até transbordar, ou, transtornar.

    ResponderExcluir
  2. Arrependo-me das decisões imponderadas que atingiram outras pessoas.
    Não me arrependo das decisões imponderadas que atingiram outras pessoas por conta de ser portador do TBH tipo 2.

    ResponderExcluir