Primeiro quero registrar que não me oponho a qualquer tipo de religião, respeito a todas e como ouvi recentemente de uma senhora: "Deus está em todos os lugares".
Depois de muita insistência da minha filha, por várias semanas, meses, resolvi aceitar o convite e ir no culto com ela. Dessa vez fui de imediato, sem pensar em uma desculpa para eu mesma.
Preciso confessar que eu era uma pessoa que tinha fé, esperança, nunca deixei de acreditar em Deus, mas fiquei completamente decepcionada quando minha mãe morreu, eu sequer imaginava que isso podia acontecer, eu acreditava na sua recuperação, na cura da sua doença e me senti traída. Pode ser um pensamento primitivo, mas é difícil de elaborar e explicar , é espontâneo, não consigo acreditar que confiando em Deus tudo vai dar certo, acho que é só uma forma das pessoas sofrerem menos, porque o que está escrito acontecerá e pronto.
Mas fui ao culto também com a ideia de elaborar melhor isso, quero ficar menos pesarosa, quero dividir com Deus meus problemas e resgatar minha fé.
Então fui com o coração aberto. O pastor fez três leituras, confesso que às vezes, dependendo do título, nem presto atenção, mas esse me despertou curiosidade: "Jesus ressuscita o filho de uma viúva". Lucas 7:11-17.
Pensei: "quanta tragédia"! dor imensurável. Toda perda é trágica, mas essa mulher ficará sozinha, desamparada em uma época que mulheres não trabalhavam, dependiam exclusivamente de seus maridos e ainda perdeu o único filho. Fiquei abalada. Mas eis que Jesus, acompanhando o cortejo, chegou diante do caixão e fez o corpo do jovem ressuscitar. A mulher ficou envolvida por uma alegria imensa, sua vida mudou repentinamente para melhor e ela pode ter de volta a esperança...Jesus trouxe de volta a vida do filho e a vida da mãe.
Achei fascinante o fato de Jesus ressuscitar o jovem, mas fiquei muito mais emocionada por ele ter trazido de volta a esperança de uma pessoa. Viver com desesperança é uma dor muito grande, não há horizontes, não tem planos, não há visão de projetar um futuro, não se vê um futuro; enfim, não existem motivos para viver, E isso é muito triste.
É exatamente isso que quero de volta. Identifiquei um dos maiores motivos da minha dificuldade de conseguir viver melhor. Quero reencontrar a esperança, quero saber o que fazer aqui . Iniciei com a terapia, consequentemente parei na psiquiatria, sempre tive o apoio da família, e agora quero resgatar a religiosidade.
Pronto. É a união de tudo isso que acho que vai me trazer de volta. O autoconhecimento, a parte química equilibrada, o amor, que nunca faltou e a esperança que vai ser reconquistada.
Obrigada, minha filha, por não desistir de mim. Obrigada, meu marido, por estar sempre ao meu lado.
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