quarta-feira, 18 de maio de 2016

"Viver" em sociedade

Viver em sociedade. Necessário e vital. Inevitável. Temos que seguir padrões e nos comportar conforme o lugar que estamos. Desgastante. Mas desde pequenos temos que aprender a nos comportar, são impostos limites e acho extremamente necessário. Quem aguenta criança birrenta e fazendo fiasco em mercados, restaurantes, shoppings? Não é "falta de laço", é falta de limites e os responsáveis são os pais ou cuidadores.
E a sociedade nos cobra atitudes, ás vezes de forma sutil e silenciosa, mas ela está ali, esperando um resultado.
Há aproximadamente oito meses estou em licença saude. Durante esse tempo, várias vezes pensei sobre o que quero realmente seguir na minha vida profissional. Ainda não sei. Mas tenho uma certeza, que já descarta muitas opções. Não quero mais trabalhar na área da educação. Pronto. Foi difícil definir isso, estudei bastante, dediquei tempo e dinheiro, abri mão de várias coisas, mas durante o tempo que exerci minha profissão, fiz com amor e dedicação. Não imaginei que iria exercer outro ofício, sair da sala de aula; mas muitas coisas mudaram, eu não sabia que teria tantas coisas para me adaptar.
Então, isso já é difícil de ser elaborado comigo mesma, com todos meus medos e dúvidas. Medo de retornar e ter uma recaída, não saber lidar com as questões do dia a dia e dúvidas sobre o que fazer, no  que trabalhar.
Aí vem a tormenta da sociedade, para acrescentar mais estresse.
 Hoje uma amiga me chamou para conversar, foi casual, falamos sobre filhos e logo veio o questionamento: "quando vai ter alta da tua psiquiatra?". Nossa, eu queria tanto saber responder essa pergunta. Acho que não é uma coisa determinada. Daqui 50 dias você vai ter alta. é algo que tem que ser trabalhado e conversado, temos que entrar em um acordo. Minha psiquiatra e quem vai conduzir essa decisão.  O que está em jogo agora é minha recuperação, porque colocaria tudo a perder? Porque tenho que voltar a trabalhar??? Sou obrigada? "Ah, mas você não pode parar por aí, é muito nova, estudou bastante, e tal". A intenção pode ter sido boa, porém ela verbalizou o que eu sei que todos  perguntam. Quando vai voltar a trabalhar?
Vontade de deixar fluir minha irritabilidade e dizer a verdade. Que nao tem prazo estipulado, que vou voltar quando me sentir preparada para isso, e quando essa decisao for benéfica para minha recuperação. E se algum dia eu tiver que te pedir dinheiro emprestado você me faz essa pergunta de novo. Bem assim. Porque não consigo ser direta ? Fiquei falando que ia ver uma readaptação, mas não sabia onde, talvez daqui dois meses. Mas porque isso? É inconcebível uma mulher de 40 anos, com ensino superior, ser bela , recatada e do lar? Bando de feministas.
Quero voltar, não quero voltar, quero me arrumar e sair de casa, não quero me arrumar, quero ver pessoas, não quero ver. Quero mudar de profissão. Sem prazo definido. Quero ser feliz. Hoje.

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