Hoje, inesperadamente, a partir de uma conversa informal, escutei essa frase que ficou latejando na minha cabeça: "Que diferença faz?"
Sei que a intençao de quem a pronunciou não foi me magoar ou ativar alguns pensamentos ruins que venho carregando há alguns dias. Mas, para uma pessoa bipolar ainda não estabilizada, essa frase despertou sentimentos negativos.
Tendo base nas minhas leituras, a maioria faço na internet, ( onde há fontes não confiáveis ), pude constatar na maioria dos sites que falam sobre ideação suicida, a presença de quatro sentimentos principais na ideação, os 4 D : Depressão, Desesperança, Desamparo e Desespero.
Depressão: Sei bem o que é isso e quais os sintomas, atualmente vivo uma fase mista, onde se alternam os sintomas depressivos e os maníacos, mas já passei por um episódio depressivo maior;
Desesperança: está presente, ainda não visualizo um horizonte e ás vezes tenho esperança de ter planos e mudar tudo para melhor; e às vezes vejo que tudo permanecerá como está ou pode piorar. O negativismo em uma pessoa deprimida faz parte;
Desamparo: queria ter mais pessoas ao meu lado, queria ter "alguém com quem conversar, alguém que depois não use o que eu disse contra mim". Sou antissocial. Mas aí é outro assunto;
Desespero: Como não ficar desesperada diante de tudo isso?
Não querendo ser pretenciosa, até porque sou uma pessoa leiga no assunto, eu acrescentaria mais um D: Desvalorização. Uma pessoa com todas essas caracteríticas, naturalmente, se sente desvalorizada em todas as áreas.E então não vê motivos para que outras pessoas desfrutem momentos com ela.
Então posso mencionar a leitura que fiz sobre "Perfeccionismo Socialmente Prescrito", ou seja, a obrigação imposta pela sociedade, de que você seja produtivo, útil, que agregue algo nesse mundo capitalista.
Mas a maior cobrança parte de mim mesma, não estou satisfeita com meu desempenho, com meus fracassos ( quem está? ) e me vejo sem perspectivas para mudar. Desesperança. E diariamente penso nisso. Tem dias que consigo me distrair, ler, escrever, sair de casa, mas quando paro para pensar, vem sempre os mesmos pensamentos, que muitas vezes ficam desorganizados diante de tantas ideias infundadas ou descabidas.
Então, "Que diferença faz?", você estar aqui ou não estar?
Espero que o tempo seja longo para eu poder ter resposta para essa pergunta. E que seja generoso.
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