terça-feira, 21 de junho de 2016

Vergonha alheia

Só tenho uma irmã, diagnosticada com bipolaridade também. Ela é oito anos mais velha que eu, não vivemos muito tempo juntas, ela casou com 18 anos e eu tinha 11 anos e fiquei morando com meus pais. Tenho afeto por ela, vivemos coisas lindas juntas, mas não consigo mais conviver com ela. Cada evento que vamos juntas, fico com mais raiva dela e com menos vontade de estar com ela.
 Minha irmã me dá vergonha alheia. Ela deveria se tratar, é uma boa pessoa, do bem, mas quando ela excede na bebida, fica insuportável. Sábado foi aniversário da minha filha, uma noite para comemorarmos os 22 anos de uma menina linda. E ela encheu a cara, literalmente. Teve um comportamento sexual ousado, faltou o respeito com meu genro, falou alto com os garçons, queria dar comida na boca dos convidados, enfim; passei o domingo de cama, não sei lidar com isso.
Queria tanto ter uma irmã para conversar, ser minha confidente, compartilhar vivências, me apoiar, sair comigo. Não temos mais mãe, poderíamos estar mais unidas e nos ajudando. Até no velório da mãe ela se comportou mal. Ficamos sem nos falar por um bom tempo depois. Ela não ajudou nos cuidados com a mãe. Ela só perturbou.
Então eu pergunto: é influência do ambiente? é genético?
Acho que é uma junção, mas eu queria uma explicação médica que também soubesse avaliar a personalidade, o comportamento, porque eu não consigo conceber que minha irmã fica tão mal assim só pela bipolaridade.
Ela me faz mal, ela me adoece, ela acaba com minhas festas. Ela é minha irmã e tenho que abrir mão dela. Ela é minha vergonha. Ela é uma vergonha alheia.

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